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X-Wife estrearam novo disco no Porto

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Mensagem  PapaNJam Sex Set 26, 2008 9:37 pm

Are You Ready For The Blackout? chega às lojas na próxima semana.
Chegar ao terceiro álbum não é para qualquer banda e merece, por si só, aplausos - foi mais ou menos com estas palavras que Zé Pedro, guitarrista dos Xutos & Pontapés e amigo dos X-Wife, apresentou ontem à noite, no Passos Manuel, o concerto da banda portuense.
X-Wife estrearam novo disco no Porto X-wife10
Do improvisado discurso de Zé Pedro constaram ainda rasgados elogios a Are You Ready For The Blackout? , o novo disco dos X-Wife, e um alerta: há que valorizar o que é português, e o que é bom.

Tanto em palco como em disco, os X-Wife cumprem ambas as premissas. Ao terceiro longa-duração, o grupo faz-se já valer de um bom punhado de canções imediatamente reconhecíveis e dançáveis, além de gozar de uma cativante presença em palco.

A ambição, agora, é outra, e não é por acaso que James Murphy levou de Portugal, quando actuou recentemente no Lux, uma cópia de Are You Ready For The Blackout? . Se tudo correr bem, o Senhor LCD Soundsystem, patrão da DFA Records e paradigma da "coolness" anos 00 poderá ajudar os X-Wife a voar para fora de Portugal.

Ontem à noite, os X-Wife jogavam em casa, ou numa casa emprestada, se tivermos em conta que, ao invés de uma sala com lugares de pé, escolheram tocar no teatro Passos Manuel. Localizado no coração da cidade do Porto, este é um recinto de lotação restrita e com lugares exclusivamente sentados. Na semana passada, João Vieira e Rui Maia, vocalista e teclista da banda, tinham explicado que queriam que as pessoas escutassem com atenção as canções novas. A estratégia parece ter resultado.

Perante uma plateia composta por convidados, membros da imprensa e vencedores de passatempos, os X-Wife confirmaram aquilo que já haviam mostrado em Paredes de Coura: que atravessam um belo momento de forma e que, sem perder as características pelas quais são conhecidos, conseguiram refrescar o seu som neste Are You Ready For The Blackout?.

O electro-rock do trio português apresenta-se agora enrijecido por aquilo que a banda descreve como uma aura "mais negra", mas a que podemos chamar, também, de mais sentimental (no bom sentido); a mudança pressente-se ainda na voz de João Vieira, que ao longo das canções novas experimenta diferentes registos, desde a melancolia de "Fireworks", o segundo single, ao arranque quase crooner de "Black Tears".

A presença de um baterista a "tempo inteiro" contribui, de igual forma, para a vivacidade dos mais recentes concertos dos X-Wife, sobretudo em temas como o ríspido "Summertime Death" ou o frenético "Ping Pong", do anterior Side Effects .

Este foi, de resto, um dos temas a quebrar o gelo entre público e banda. Algo nervosos nesta primeira apresentação do álbum, os X-Wife mostraram-se mais desenvoltos e descontraídos à medida que o espectáculo foi avançando e os espectadores, cheios de boas intenções, foram colmatando os silêncios entre músicas com palavras de incentivo.

"On The Radio", o eficaz primeiro single de Are You Ready For The Blackout? , apanhou a mudança da "maré" do público, da timidez inicial para a progressiva rendição, e acabou por constituir um dos melhores momentos da noite.

"Eno", que a banda apresenta como "uma das antiguinhas", a óptima "Fireworks", cuja deixa inicial dá nome ao álbum, ou "Good Times", mais próxima do punk-funk made in DFA, fecharam em grande o concerto.

Segundos depois de abandonarem o palco, os X-Wife regressariam para um breve mas saboroso encore, rematado por "Taking Control", um dos hits do primeiro álbum. Perante o entusiasmo do público, e provavelmente porque já ninguém precisava de "prestar atenção" a um tema tão rodado, a banda deu ordem aos fãs para que se levantassem e fizessem a festa, um inteligente apelo, prontamente respeitado.

Na "soirée" que se seguiu e no caminho para casa, a batida que anuncia a chegada de "On The Radio" insiste em acompanhar-nos. É a prova de que a frase sorrateira com que João Vieira começou o encore - "Estamos de volta!" - pode muito bem ter encerrado um duplo sentido, e que o público esteve bem ao apreendê-lo e presentear a banda, de imediato, com uma das maiores ovações da noite.

PapaNJam

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