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Biografia - Meu triângulo amoroso infernal com George e Eric

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Mensagem  PapaNJam Qua Mar 25, 2009 8:04 am

Pattie Boyd poderia ter sido mais uma modelo dos anos 60 caso não tivesse sido selecionada para ser uma quase-figurante em um filme do maior fenômeno musical de todos os tempos. Durante as gravações de "A Hard Day's Night", dos Beatles, Pattie conheceu George. Eles viriam a se casar dois anos depois, em 1966. Entretanto, a vida de Pattie também se cruzou com a de Eric Clapton, o lendário guitarrista do Cream e compositor de grandes músicas do rock. Eric e George eram amigos íntimos, e é assim que começa uma das histórias de amor mais conturbadas da história do rock and roll: Eric Clapton, George Harrison e Pattie Boyd, a mulher que inspirou a composição de "Layla" (Clapton) e "Something" (Harrison). No texto a seguir, publicado no Daily Mail, a própria Pattie explica este conturbado momento de sua vida.


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Nós nos encontramos em segredo em um apartamento em Kensington. Eric Clapton me pediu para ir para escutar uma nova música que ele havia escrito.

Ele ligou o gravador, aumentou o volume e tocou para mim a música mais poderosa e tocante que eu já havia escutado. Era “Layla”, sobre um homem que se apaixona perdidamente por uma mulher que o ama mas não está disponível.

Ele tocou para mim duas ou três vezes, olhando meu rosto a todo momento para ver minha reação. Meu primeiro pensamento foi: “Oh Deus, todo mundo vai saber que é prá mim”.

Eu era casada com um dos amigos mais próximos de Eric, George Harrison, mas Eric estava deixando explícito seu desejo por mim havia meses. Eu me sentia inconfortável por ele estar me empurrando em uma direção que eu não estava certa se queria ir.



Mas, ao perceber que eu havia inspirado tanta paixão e criatividade, a música tirou o melhor de mim. Eu não pude mais resistir.

Naquela noite eu estava indo ao teatro para ver “Oh! Calcutta!” Com um amigo e depois iria a uma festa na casa do empresário Robert Stigwood. George não quis ir nem ao show nem à festa.

Depois do intervalo de “Oh! Calcutta!” eu voltei e encontrei Eric no assento ao lado, depois de persuadir um estranho a trocar de lugar com ele. Depois, nós fomos à casa de Robert separadamente, mas logo estávamos juntos. Era uma festa ótima e eu me senti lisonjeada pelo que havia ocorrido anteriormente, mas também profundamente culpada.

Depois de algumas horas, George apareceu. Ele estava de cara fechada e seu humor não melhorou ao caminhar por uma festa que já acontecia havia horas e a maioria dos convidados estavam sob efeito de drogas.

Ele insistia em perguntar “Onde está a Pattie?”, mas ninguém parecia saber. Ele estava quase indo embora quando ele me viu no jardim com Eric. Estava começando a amanhecer, e estava muito enevoado. George chegou para mim e perguntou: “O que está acontecendo?”. Para o meu horror, Eric disse: “Eu tenho que te contar, cara, que eu estou apaixonado pela sua mulher”.

Eu queria morrer. George ficou furioso. Ele virou para mim e falou: “Bem, você vai com ele ou vem comigo?”

Eu havia conhecido George seis anos antes, em 1964, quando nós estávamos filmando “A Hard Day’s Night”. A grã-bretanha e a maior parte da Europa estava na onda da Beatlemania.

John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr eram acompanhados por multidões onde quer que fossem, e em seus shows milhares de adolescents histéricas gritavam e berravam tão alto que ninguém conseguia escutar a música.

Pouco antes do início da filmagem de “A Hard Day’s Night”, os Beatles conquistaram a América. Em fevereiro de 1964 eles apareceram no Ed Sulliven Show, um dos programas de maior prestígio na América, e atraíram 73 milhões de telespectadores.

Eu era modelo, trabalhava com alguns dos fotógrafos mais bem sucedidos de Londres, incluindo David Bailey e Terence Donovan. Eu aparecia em jornais e revistas como Vanity Fair e Vogue, mas em março minha agente me enviou para um teste de elenco para um filme.

Ela me ligou depois para avisar que haviam me oferecido um papel de uma fã colegial em um filme dos Beatles. Minhas primeiras impressões foram que John parecia mais cínico e áspero que os outros, Ringo o mais carinhoso, Paul era bonitinho e George, com seus olhos castanhos aveludados e cabelo cor de avelã, era o homem mais lindo que eu já havia visto. Em um intervalo para o almoço, me encontrei sentada perto dele. Estar perto dele era eletrificante.

Uma das primeiras coisas que ele me disse foi: “Quer casar comigo?”. Ele estava brincando, mas havia um toque de seriedade. Nós ficamos juntos logo depois disso e nos casamos dois anos depois, no dia 21 de Janeiro de 1966. Eu tinha 21, ele tinha 22. Eu era tão feliz e estava tão apaixonada. Eu achava que ficaríamos juntos e seríamos felizes para sempre.

Três anos depois, em 1969, George escreveu uma música chamada “Something”. Ele me disse em uma conversa corriqueira que ele havia escrito para mim. Eu a achei linda e ela acabou sendo o maior sucesso que ele escreveu, com mais de 150 regravações.

Frank Sinatra disse que ele a achava a mais bela canção de amor já escrita. A versão preferida de George era a de James Brown. A minha era a do George Harrison, que ele tocou para mim em nossa cozinha.

Mas, de fato, desde então nosso relacionamento estava passando por problemas. Desde uma viagem ao templo do yogi Maharishi Mahesh na Índia, em 1968, George ficou obsessivo quanto à meditação. Às vezes ele ficava isolado e depressivo.

Meu humor começou a refletir o dele, e algumas vezes eu me sentia quase suicida. Eu não acho que tenha existido um perigo real de eu me matar, mas já cheguei a planejar como o faria: colocaria um belo vestido da Ossie Clark e me atiraria da Beachy Head.*

E haviam outras mulheres, o que realmente me machucava. George era fascinado pelo deus Krishna, que sempre estava rodeado por jovens donzelas. Ele voltou da índia querendo ser um tipo de figura Krishna, um ser espiritual com diversas concubinas. Ele chegou até a dizer isso.

Nenhuma mulher estava fora do alcance. Eu era amiga de uma garota francesa que saía com Eric Clapton. Quando ela e Eric se separaram, ela veio ficar conosco em nossa casa, Kifauns, em Esher, Surrey.

Ela não parecia nem um pouco triste por Eric e estava desconfortavelmente próxima a George. Algo estava acontecendo entre eles, mas quando eu perguntei a George ele me disse que minha imaginação estava me guiando, que eu estava paranóica.

Eu fui viajar com umas amigas e depois de alguns dias George me ligou para dizer que a garota havia partido. Eu voltei para casa, mas estava chocada por ele ter podido fazer isso comigo. Me senti rejeitada e miserável.

Foi por essa época que Eric começou a freqüentar nossa casa. Ele e George haviam se tornado amigos próximos, escrevendo e gravando música juntos.

A reputação de Eric como guitarrista era altíssima entre os músicos. Grafites nos muros declarando que “Clapton é Deus” estavam por todo o subúrbio de Londres, e era muito excitante vê-lo tocar. Ele era maravilhoso no palco, muito sexy.

Mas quando eu o conheci, ele não se comportava como um rock star – ele era surpreendentemente tímido e reticente. Eu sabia que Eric me achava atraente e eu gostava da atenção que ele me dava.

Era difícil não se sentir lisonjeada quando eu o pegava me olhando, ou quando ele escolhia se sentar próximo a mim. Ele me elogiava pelo que eu estava vestindo e a comida que eu cozinhava, e dizia coisas que sabia que me fariam rir. Essas eram todas as coisas que George não fazia mais.

Em uma noite de dezembro de 1969 eu levei minha irmã de 17 anos, Paula, para ver Eric tocar em Liverpool. Paula era muito bonita e um pouco do tipo “menina rebelde”, e naquela noite Eric se derreteu por ela. Depois do show, todos fomos para um restaurante e todos ficamos bêbados e rudes. Quando o resto de nós voltou para o hotel, deixamos Eric e Paula dançando.

Na noite seguinte, Eric estava tocando em Croydon e novamente Paula e eu fomos assistir, e novamente houve uma festa cheia de excessos depois do show, desta vez na casa de Eric em Ewhurst, Surrey. Logo depois, Paula foi morar com Eric.

Em março de 1970, George e eu nos mudamos para uma nova casa. Friar Park era uma magnífica casa no estilo vitoriano próxima de Hanley-on-Thames, Oxfordhire, com 25 quartos, um salão de festas, uma biblioteca, um jardim de 12 acres e mais 20 acres de terra.

Uma manhã, logo depois de nos mudarmos, uma carta chegou para mim com as palavras “confidencial” e “urgente” escritas no envelope. Dentro eu encontrei um pequeno pedaço de papel. Em letras miúdas, sem letras maiúsculas, eu li: “querida l. como você provavelmente já percebeu, meus assuntos caseiros são uma farsa galopante, que estão se degenerando dia após intolerável dia... parece uma eternidade desde a última vez que te vi ou falei com você!”

Ele precisava saber o que eu sentia: eu ainda amava meu marido ou eu tinha outro amante? Mais crucialmente, eu ainda tinha sentimentos em meu coração para ele? Ele precisava saber, e me implorou para que respondesse. “por favor faça isso, não importa o que diga, minha mente vai descansar... todo meu amor, e”.

Eu concluí que era de um maluco.

Eu recebia algumas cartas de fãs ocasionalmente – quando não eram cartas raivosas de fãs do George. Eu mostrei a carta para George e outros que estavam na casa. Eles riram e a desprezaram, assim como eu.

Naquela noite, o telefone tocou. Era Eric. “Você recebeu minha carta?”, ele perguntou.

“Carta?”, eu disse. “Eu acho que não. De qual carta você está falando?”

Então caiu a ficha. “Era sua? Eu não imaginava que você se sentia assim”. Foi a carta mais passional que alguém já havia escrito para mim e colocou nosso relacionamento em um outro patamar. Ela fez o flerte mais excitante e perigoso. Mas eu pensava que era apenas flerte.

De tempos em tempos durante a primavera e o verão de 1970, Eric e eu nos vimos. Um dia, caminhando pela rua Oxford, ele me perguntou: “Você gosta de mim, afinal, ou está me vendo porque sou famoso?”

“Oh, eu pensei que você estava me vendo porque sou famosa”, eu disse. Nós rimos.

Ele sempre teve dificuldade em falar sobre seu sentimento, e ao invés disso os despejava em suas músicas e letras.

Teve uma vez em que nos encontramos sob o relógio da rua Guildford High. Ele havia acabado de voltar de Miami e me trouxe calças boca-de-sino – como na música “Bell Bottom Blues” (nota do tradutor: Blues das Calças Boca de Sino). Ele estava bronzeado e estava lindo e irresistível – mas eu consegui resistir.

Em outra ocasião eu dirigi para Ewhurst e nos encontramos num bosque ali perto. Eric estava usando um casaco de pele de lobo e estava muito sexy. Nós não fomos para sua casa porque alguém poderia estar lá. Muitas pessoas moravam em Hurtwood Edge: sua banda, os Dominos, Paula e Alice Ormsby-Gore, outra das namoradas de Eric.

A freira dentro de mim achou a situação desconfortável mas estranhamente excitante, e foi no fim daquele ano, depois que Eric tocou “Layla” para mim no apartamento em South Kensington que eu sucumbi a seus avanços.

Depois do confronto entre George e Eric na festa de Robert Stigwood, eu voltei para casa com meu marido. Ao chegar lá, eu fui para a cama e George desapareceu em seu estúdio.



Quando voltei a encontrar Eric, ele apareceu de surpresa em Friar Park. George estava viajando – eu não sei se Eric já sabia disso – e eu estava sozinha. Ele disse que queria que eu fugisse com ele: ele estava desesperadamente apaixonado por mim e não podia viver sem mim. Eu teria que abandonar George naquele momento e ir com ele.

“Eric, você está louco?”, eu perguntei. “Eu não posso. Estou casada com George”.

Ele disse: “Não, não, não. Eu te amo. Eu tenho que ter você na minha vida”.

“Não,” eu disse.

Ele pegou um pequeno frasco de seu bolso e o segurou em minha direção.

“Bem, se você não fugir comigo, vou usar isso”.

“O quê é isso?”

“Heroína”.

“Não seja tão estúpido”. Eu tentei tirar dele mas ele puxou seu punho e escondeu o frasco no bolso.

“Se você não fugir comigo”, ele disse, “é isso. Estou fora”.

E ele sumiu. Raramente o vi nos três anos seguintes.

Ele fez como ameaçou. Ele usou a heroína e rapidamente ficou viciado. E ele levou Alice Ormsby-Gore com ele.

Eric já havia usado vários tipos de drogas, aquelas que todos usávamos – maconha, estimulantes, depressivos e cocaína – e ele bebia consideravelmente. Mas seu traficante andava insistindo recentemente que ele comprasse heroína cada vez que Eric comprava cocaína.

Eric andava usando heroína esporadicamente por quase um ano e acumulou uma boa quantidade. Então começou a usar sempre. Ele e Alice se isolaram em Hurtwood Edge. Ele não saía de casa, não via amigos, não atendia à porta ou ao telefone, e os dois quase caíram no esquecimento.

Nesse período Paula se foi. Ela esteve com Eric em Miami, quando ele estava gravando “Layla”, e na hora soube que era sobre mim. Ela sempre teve a suspeita de que Eric estava com ela porque ela era a segunda melhor coisa depois de mim, e eu era inalcançável. Ouvir “Layla” confirmou isso.

Ela esteve seriamente apaixonada por Eric, mas ele destruiu seu orgulho, auto-estima e confiança, que já eram frágeis.

Além disso tudo, sua irmã mais velha era a última pessoa em quem ela podia buscar apoio. Eu tentei ligar para Eric, mas Alice sempre atendida e eu desligava.

Eu passei a dar mais atenção para meu marido e para a reforma da casa. Por um breve período o projeto nos uniu, mas a casa era tão imensa e sempre tinha tanta gente nela que nunca tivemos qualquer intimidade. Na maior parte do tempo, mesmo quando George estava em casa, eu não sabia aonde ele estava.

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