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Entrevista a OffSpring & Nightwish

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Mensagem  PapaNJam Sáb Nov 15, 2008 1:25 pm

O hardcore pop e o metal sinfônico se encontram pela primeira vez em Fortaleza. Os americanos do Offspring e os finlandeses do Nightwish dividem a noite de amanhã com shows no Mucuripe e no Arena, respectivamente
Dois shows internacionais na mesma noite. Amanhã apresentam-se em Fortaleza dois nomes de peso no cenário roqueiro mundial, ao mesmo tempo, em dois extremos da cidade: os americanos do Offspring e seu hardcore de pegada pop no Mucuripe, promoção da gigante D&E Entrenimento, e os finlandeses do Nightwish e seu soturno metal sinfônico no Arena, trabalho da promissora Empire Records.

Nos últimos meses, Fortaleza tem mantido uma boa movimentação de artistas estrangeiros de todos os estilos musicais, do romântico Charles Aznavour ao pesado Helloween. Na trilha do rock, os shows têm atraído fãs das bandas e curiosos para ver de perto os músicos que fazem (ou fizeram) sucesso na história recente do gênero. A dobradinha internacional de amanhã divide opiniões.

Para Ana Germana, que acompanha a movimentação para o show dos finlandeses, a situação é ruim, "porque a gente tem poucas oportunidades de ter shows internacionais, então as produtoras poderiam combinar as agendas. O Nightwish estava programado desde o começo do ano", defende a professora, que não descartaria a possibilidade de conferir o Offspring em outra data.

A analista de sistemas Caroline Albuquerque, por outro lado, garantiu o ingresso para ver o Offspring, mesmo sem ser fã de carteirinha da banda. "Gosto das músicas deles, algumas eu conhecia desde a adolescência", diz. Na verdade, Caroline não teve de escolher entre os shows: ela não sabia da apresentação do Nightwish. Coincidência de agendas ou concorrência entre produtoras à parte, quem sai ganhando é o cearense, com cada vez mais opções de entretenimento na Capital.

Aproveitando a passagem das bandas pela cidade, O POVO conversou com o tecladista do Nightwish, Tuomas Holopainen, e o guitarrista e segunda voz do Offspring, Kevin "Noodles" Wasserman por telefone.

OFFSPRING

O POVO - A banda tem quase 25 anos de estrada e todos vocês todos têm pelo menos 40 anos hoje. O que mudou no jeito punk de vocês agirem e cantarem?
Noodles - Ah, Deus... Não sei se muita coisa mudou. Todos nós ainda amamos o tipo de música que costumávamos ouvir quando éramos garotos. Acho que, quando se trata de fazer música, estamos mais abertos e encontramos influências em outros lugares e não só mais em bandas de punk rock, que eram nossa maior influência no início. Acho que misturamos um pouco. Agora eu gosto de heavy metal. (risos)

OP - O que o punk tem a dizer para as novas gerações e o que significa para você ser punk no século XXI?
Noodles - Bem, eu tive sorte. Eu era um adolescente quando o punk rock começou e, pelo menos na Califórnia (onde os integrantes da banda vivem), você costumava ser discriminado e agredido somente pelo fato de ser um roqueiro punk. Mas era novo e excitante na época. Hoje o punk rock já tem seus 30 anos e é diferente. Ele não é mais tão perigoso como era no fim dos anos 70 e início dos anos 80. Além disso, os jovens também têm à disposição outras formas de expressão. Os jovens de hoje têm muitas maneiras diferentes de se expressar e também têm acesso a muitos tipos diferentes de música para ouvir. Acho legal ver surfistas se dando bem com a galera do hip-hop, por exemplo. Às vezes eles se pegam, mas eles também interagem uns com os outros de uma maneira que não fazíamos quando éramos garotos.

OP - E agora? Você acha que tem conseguido interagir com essas outras formas de expressão?
Noodles - Ahn... Eu não sei. Acho que sim em certa medida. Como disse, tenho gostado de heavy metal e até de um pouco de hip-hop.

OP - O que seria um bom punk rock?
Noodles - Dead Kennedys e TSOL (bandas californianas surgidas no início dos anos 80). Estes são apenas dois exemplos. Existe um monte. The Ramones, é claro, também são gigantes para nós. Muitas bandas do Orange County (região californiana): Bad Religion, Social Distortion, The Vandals, The Adolescents... Todas elas são importantes para a gente.

OP - O que tem inspirado a banda hoje em dia?
Noodles - Existem muitas bandas maravilhosas por aí, tanto novas quanto velhas. Você tem o Metallica voltando com muita força e com um novo disco sensacional. Adoro bandas como System of a Down. Nós tocamos com o Kaiser Chiefs uma noite dessas. Estamos tocando em uma porção de festivais. Essa é também uma banda muito boa e interessante. Você nunca sabe o que vai inspirar você. Pode ser de Jack Johnson (que toca folk "praiano") a Lamb of God, que toca coisas realmente pesadas.

OP - Alguns críticos dizem que a banda parou no tempo e que vocês ainda fazem o mesmo tipo de som que faziam nos anos 90. Você concorda com isso?
Noodles - Acho que sim e não. Acho que, em vários aspectos, as músicas têm um filtro mais simples nesse novo disco (Rise and Fall, Rage and Grace, lançado este ano) e alguns críticos apontam que isso é reminiscente de Smash (álbum de 1994 que projetou a banda ao se tornar o disco independente mais vendido de toda a história). Ao mesmo tempo, acho que esse é um disco bem diversificado. Buscamos sons diferentes e experimentamos bastante os tempos. Nós realmente ralentamos algumas coisas. Dexter (Holland, o vocalista) também saiu de sua zona de conforto como cantor e tem tentado coisas diferentes. Acho que, de alguma forma, esse álbum é muito diferente de Smash e, ao mesmo tempo, lembra Smash. Não sei.. Acho que se você pegar Smash e colocar em 2008, ele vai soar mais ou menos como Rise and Fall. (riso)

OP - O que você acha que é mais importante na música feita por vocês: a mensagem, a melodia?
Noodles - Acho que é um pouco de tudo. Com certeza é a energia, nós nos alimentamos disso e precisamos disso enquanto tocamos. Gostamos de ter guitarras bem pesadas. Uma das razões porque adoro o The Ramones é porque eles têm essa energia brutal e contagiante que faz você querer cantar todas as suas músicas com eles. Acho que isso é uma meta para a gente. Então nós queremos tocar músicas que deixem as pessoas com vontade de cantar.

OP - Você já disse anteriormente que gosta de tocar na América do Sul por conta da energia do público e essa é a quarta vez em que vocês fazem turnê pelo Brasil. Vocês poderiam imaginar que teriam essa recepção desde a primeira vez em que pisaram por aqui?
Noodles - Não. Você nunca espera por isso. É muito legal quando fazemos uma porção de músicas e saímos para mostrá-las. Às vezes tocamos em festivais que não têm necessariamente uma platéia do Offspring, então ela ainda não tem o novo álbum ainda na cabeça. Mas aí você vai para o show em que é a banda principal, então as pessoas não só cantam juntas e gritam seus "heys" e "yeah, yeahs", mas cantam até os riffs das guitarras, o que é incrível. Você não tem isso em nenhum outro lugar do mundo, mas aqui no Brasil você vê as pessoas cantando esses riffs, o que é bem legal. Tentamos fazer um mix nas músicas porque sabemos que a maioria das pessoas continua querendo ouvir Self Esteem e Pretty Fly, mas nosso foco é trabalhar as novas faixas e ver o que funciona por aí.

SERVIÇO
Show Offspring - Amanhã, às 22h, no Mucuripe Club (travessa Maranguape, 108 - Centro). Ingressos: R$ 120 (inteira/pista), R$ 60 (meia/pista), R$ 320 (inteira/frontstage) e R$ 160 (meia/frontstage). Pagamento em 2x no cartão Visa. À venda nas lojas Skyler e no Mucuripe Club. Informação: 3230 1917

NIGHTWISH

O POVO - Como está sendo a recepção desse novo álbum, Dark Passion Play, o primeiro com a vocalista Anette?
Tuomas - Acho que alguém sabotou a promoção do álbum aqui no Brasil, porque as vendas não têm sido muito boas. Por outro lado, os shows estão sendo tão cheios como sempre, as pessoas parecem estar felizes com ele.

OP - Como tem sido a turnê?
Tuomas - É uma turnê que começou há um ano, em outubro do ano passado, e ainda prossegue até setembro do ano que vem, então é uma turnê longa. Nós tocamos pela Europa, Japão, China, Austrália, Estados Unidos, México, Canadá e agora temos essa perna brasileira, que tem sido ótima, muito divertida, especialmente por termos uma nova vocalista na banda. A agenda está bem apertada, a gente chegou a fazer 150 shows em um ano, que já é muito mais do que o que a gente fez na turnê anterior. É difícil, mas vale a pena.

OP - Quantas vezes vieram ao Brasil e o que faz vocês sempre voltarem?
Tuomas - Cinco vezes. Eu gosto das pessoas, dos fãs, da reação deles à música. Esse é provavelmente o país mais selvagem que nós conhecemos no mundo inteiro no que diz respeito aos fãs. É completamente diferente da nossa cultura escandinava. As pessoas mostram seus sentimentos, elas enlouquecem, seguem você até o hotel, ficam na recepção a noite inteira. É um pouco estranho, mas é também algo que nos agrada.

OP - O disco tem mais elementos que somente guitarra, baixo, teclado e bateria. Qual a formação utilizada no show?
Tuomas - Só a banda. No álbum, nós tivemos cerca de 140 músicos convidados, sopranos, instrumentos celtas e outras coisas. Mas é impossível trazê-los todos em turnê. Primeiro por causa do dinheiro, depois porque eles não caberiam no palco (risos). A gente, então, usa samples nessas partes do show (com os instrumentos ausentes).

OP - Anette está vindo pela primeira vez ao Brasil e, no show em Belo Horizonte, ela deixou o palco durante uma música e não voltou mais. O que aconteceu?
Tuomas - Ela surtou, não conseguiu lidar com essa maneira tão diferente dos fãs serem aqui. Havia muita gente gritando o nome da cantora antiga, fazendo gestos obscenos (com o dedo médio). Normalmente ela consegue "desencanar" disso, ela tem uma boa auto-estima, mas está sendo difícil encarar os fãs e os críticos. Acho que foi um colapso repentino, ela apenas... perdeu a cabeça por um segundo. É meio assustador, e nós todos sentimos por ela e entendemos o que ela está passando. Esperamos que ela possa acalmar a alma e fazer o restante dos shows. Até agora está tudo bem, ela está se sentindo bem melhor.

OP - Por trás desse visual dark e do clima obscuro que envolve o Nightwish, vocês são bem normais nos hobbies: gostam de seriados americanos, quadrinhos. O que fazem quando não estão no palco?
Tuomas - Nós somos todos muito normais. Eu faço as mesmas coisas que todo mundo faz. Meus hobbies incluem ler, ir ao cinema. Eu coleciono itens/souvenirs da Disney, vou à academia para me cuidar, saio com meus amigos de vez em quando, sonho muito, durmo muito...

OP - Brasil é sinônimo de praia. Você gosta de ir à praia?
Tuomas - Sim, sou um grande fã do mar, é lindo. A única coisa de que não gosto muito é o calor. Eu sou do Norte da Escandinávia, tenho sangue vicking correndo nas minhas veias, então qualquer coisa acima de 25º é demais pra mim, tira minhas forças. Quando você sai e faz 35º, tira toda a sua energia, e isso é algo que eu realmente não gosto muito.

OP - Como você costuma rotular a música do Nightwish?
Tuomas - Eu normalmente deixo as outras pessoas categorizarem, mas estou feliz com o termo metal sinfônico.

OP - Gostaria de deixar uma mensagem para os fãs?
Tuomas - É a primeira vez que a gente toca em Fortaleza, então tem tudo para ser especial. A gente não sabe o que esperar da cidade, não conhecemos as pessoas, vai ser muito excitante. E obrigado de antemão por estarem com a gente, apesar de todos os rumores e comentários que têm acontecido nos últimos dias. Espero que vocês apareçam!

PapaNJam

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