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G apresenta 15 discos para entender o emo-Part.2

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Mensagem  PapaNJam Qui Dez 11, 2008 3:55 am

Weezer - "Pinkerton" (1996) Weezer - "Pinkerton" (Geffen, 1996)
Os fãs brasileiros de Weezer vão chiar e reclamar, mas é impossível traçar uma história recente do emo sem citar o segundo álbum da banda de Rivers Cuomo. Se no "álbum azul", disco de estréia, o Weezer soava como uma banda de nerds que gostavam de jogar RPG, fingirem ser Buddy Holly e tirar os seus suéteres por aí, em "Pinkerton" a depressão pega de verdade.

Rivers Cuomo parece anteceder em cinco anos o tom confessional dos blogs e fotologs da virada do milênio. O que era para ser uma "space opera rock" chamada "Songs from the black hole" transmutou-se durante sua composição e gravação no diário de Cuomo - o cantor está ali, exposto, sem meias-palavras. Ele se apaixona por uma lésbica ("Pink triangle"), se cansa de uma suposta vida sexual desregrada ("Tired of sex") e tem medo de se apaixonar por uma fã japonesa que ele imagina ser menor de idade ("Across the sea"). Diametralmente oposto ao Sunny Day Real Estate, "Pinkerton" é um disco de dissonâncias e falhas não-intencionais, que só reforçam a imagem humana e imperfeita de Cuomo.
The Get Up Kids - “Something to write home about” The Get Up Kids - “Something to write home about” (Vagrant, 1999)
Antes do sucesso do Jimmy Eat World, havia uma curiosidade e uma tensão no ar, quando se tentava imaginar se algum artista da "segunda onda" do emo iria despontar para o mainstream. O Get Up Kids chegou perto disso quando assinou com a Mojo Records - mas foi chutado na seqüência, quando a gravadora foi adquirida pela Universal. O único resultado disso foi o segundo disco da banda, "Something to write home about", lançado pela Vagrant Records.

O sucesso foi tão grande que sozinho ajudou a colocar a Vagrant no mapa das gravadoras independentes norte-americanas, enquanto o Get Up Kids incorporava o tecladista James Deweey e deixava o som ainda mais pop e o clipe de "Action and action" definia toda uma geração de internautas e colocava o iMac na história da MTV.
Jimmy Eat World - "Bleed american" (2001) Jimmy Eat World - "Bleed american" (Capitol, 2001)
É aqui que começa o emo como fenômeno pop propriamente dito. Na verdade muitos fãs mais aguerridos do gênero dirão que foi exatamente esse disco que matou o emo. Com um som mais pop que o dos dois primeiros discos lançados pela gravadora Capitol, "Bleed american" teve quatro singles entre os Top 20 na categoria rock alternativo nos EUA - incluindo "The middle", que chegou ao quinto lugar na parada geral.

A partir de então, todas as bandas que soariam de alguma forma parecidas com o punk pop do Jimmy Eat World, de Fall Out Boy a Paramore, acabaram ganhando automaticamente o rótulo de emo. É difícil não responder positivamente ao som da banda, especialmente para um adolescente cheio de energia para gastar pulando junto com os refrões assobiáveis da banda. E, no lugar das letras que só falavam da própria tristeza, músicas que davam apoio: "Demora um tempo mesmo, garota/ Você só está no meio do caminho/ Tudo vai ficar bem", diz "The middle".
Dance of Days - "A história não tem fim" (2001) Dance of Days - "A história não tem fim" (Teenager In A Box, 2001)

A banda paulistana que tirou seu nome de umas das músicas do Embrace é um dos primeiro grupos de emo a surgir no Brasil. Influenciada fortemente pela geração do Sunny Day Real Estate, deixou de lado o hardcore melódico do começo da carreira em favor de letras em português e estruturas musicais menos lineares. "A história não tem fim", álbum de 2001 lançado pelo selo Teenager In A Box, é como um disco de estréia, e graças ao bom relacionamento da banda com a internet, criou um culto de fãs em todo o Brasil.

De cabelos coloridos, piercings e maquiagem, o vocalista Nenê Altro se tornou modelo para os primeiros emos que surgiram no país. Além da instrumentação inédita até então na cena hardcore do Brasil, músicas com títulos como "Flores aos rebeldes que falharam" e "Se estas paredes falassem..." e letras como "Se o vento carregar para longe o seu olhar/ E tocar o céu ser dor maior que perceber que as nuvens de algodão tem marcas de minhas mãos" ("Me leve às estrelas") tiveram efeito quase messiânico nos adolescentes recém-chegados ao mundo do hardcore.
Bright Eyes - "I’m wide awake, it’s morning" (2005) Bright Eyes - "I’m wide awake, it’s morning" (Saddle Creek, 2005)
Este posto estaria mais propriamente ocupado pelo herói emo Chris Carraba (Dashboard Confessional) e seu violão, mas seria leviano ignorar uma geração que conquista seu próprio Bob Dylan. Se em "Fevers and mirrors", Conor Oberst, o ex-garoto prodígio por trás do Bright Eyes ganhou respeito da cena indie e um pequeno culto de adolescentes emos, com "I’m wide awake, it’s morning" ele conquistou respeito de crítica e finalmente teve respaldo de músicos mais "sérios", como Neil Young e Bruce Springsteen.

Fruto da cena de Omaha, que gira em torno do coletivo Saddle Creek, Oberst representa os rumos que os ex-emos vão tomando ao alcançar a maturidade musical e pessoal. Com discos influenciados predominantemente pelo folk e o contry norte-americano, Oberst trata com delicadeza e verve as complexas relações interpessoais do nebuloso novo século. Ou, como diz a letra de "Lua", maior hit do disco, "O que era tão simples à luz do luar/ Pela manhã nunca o é".
My Chemical Romance - "The black parade" My Chemical Romance - "The black parade" (Reprise, 2006)
O que fazer depois de garantir sucesso mundial com seu disco de estréia e o apoio em massa da geração MySpace? A resposta do My Chemical Romance, quinteto de Nova Jersey foi carregar na maquiagem, experimentar mais no disco seguinte - e escrever quadrinhos. E fazer mais sucesso ainda.

Liderados pelo vocalista Gerard Way, autor da premiada série de quadrinhos "The Umbrella Academy", o My Chemical Romance fez um disco quase conceitual em "The black parade", sob forte influência de bandas como o Queen. A maior parte das faixas do disco trata da morte a partir do ponto de vista de um personagem chamado The Patient. Mas numa postura que lembra o The Cure, a morte não aparece como desgraça final, e, sim, como um aspecto natural da vida humana - ou, como na faixa-título, um desfile de rua.
Nx Zero - "Nx Zero" (2006) Nx Zero - "Nx Zero" (Arsenal Music, 2006)
O álbum homônimo do quinteto paulistano marcou a estréia do emo no mainstream brasileiro. Se o rótulo já havia sido associado timidamente à banda de hardcore melódico CPM 22, no caso do Nx Zero a denominação estava consumada - eles realmente soavam influenciados pelas bandas do gênero que estavam fazendo sucesso nos EUA. Em alta rotação nas rádios de rock e pop e também na MTV com músicas como "Razões e emoções" e "Pela última vez", o Nx Zero se tornou a versão brasileira do Fall Out Boy.

Parcerias com Túlio Dek e Nelly Furtado, namoro com a cantora Pitty, capa da Rolling Stone (onde apareceram nus) - nada parece tirar a banda do sucesso. Consagrando o apelo do gênero no Brasil, a banda ainda faturou três VMB em 2008, além de um prêmio do canal Nickelodeon. No rastro deles, uma nova leva de bandas chega às rádios e ouvidos dos adolescentes. Alguns parecem se encaixar melhor no rótulo emo, como os gaúchos do Fresno, enquanto os mineiros do Strike estão mais próximos do hardcore melódico - assim como os veteranos do Hateen.
Fall Out Boy - "Infinity on high" (2007) Fall Out Boy - "Infinity on high" (Island, 2007)
Se o Jimmy Eat World significou que o emo passaria a ser pop em termos de vendas, o Fall Out Boy levou o gênero às estrelas - no caso, às celebridades mesmo. Fazendo parcerias com superstars do rap como Kanye West e Timbaland, e sendo produzidos por Babyface (rei do R&B que já produziu Whitney Huston, Mariah Carey, Boyz II Men e Paula Abdul, entre outros), o Fall Out Boy mostrou suas claras intenções gravando uma cover de "Beat it", um dos maiores sucessos de Michael Jackson.

Liderados pelo baixista Pete Wentz - casado com a cantora Ashlee Simpson - o Fall Out Boy (que tem o nome tirado de um episódio do desenho “Os Simpsons”) não abandonou, porém, o tom confessional e, às vezes, de confornto, em suas letras - como atesta "This ain't a scene, it’s an arms race" ("Isso não é uma cena, é uma corrida armamentista", em inglês). Isso combina com o fato de eles serem uma das poucas bandas do gênero a receber atenção das revistas de fofoca - em parte graças a episódios como aquele em que foram divulgadas na internet fotos de Wentz nu, tiradas com seu próprio celular

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