Buraka Som Sistema - Black Diamond
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Buraka Som Sistema - Black Diamond
Volta ao Mundo em 12 kuduros. Viagem agitada, aterragem suave.
Até os Buraka Som Sistema se renderam às evidências que (quase) toda a gente lhes apontava quando From Buraka To The World apareceu quase sem aviso há dois anos. Mais do que kuduro progressivo, Lusofonia, PALOP + Portugal ou o que quer que fosse que estivesse na agenda conceptual deles, ao que esse EP soava era a Lisboa, 2006. Chapadinha, sem corantes, conservantes ou arestas cortantes limadas.
Tanto assim era que o que aconteceu foi um vírus que depressa se espalhou para fora da capital, contaminando até os cantos mais recônditos deste Portugal. E daí se disseminou até, pelo menos, Londres.
E agora? Como responder perante um fenómeno que ninguém, e muito menos eles, esperava que rebentasse desta forma? Como provar à sociedade que esta euforia não iria durar o mesmo tempo que leva a pronunciar "Yah!"? De que forma evitar as inevitáveis piadas ("Wawabye") caso tudo isto não passasse de mera ejaculação precoce?
Eis a resposta. Bem podem agora os Buraka Som Sistema chamar ao que fazem de "kuduro de Lisboa". Porque o que sucede em Black Diamond é o concretizar da fantasia quarto-mundista que eles desde cedo procuravam. Excepto que, aqui, quarto-mundismo não tem o mesmo significado etno-modernista que Jon Hassell criou com Brian Eno há 28 anos.
Não, o negócio aqui é a cultura de rua. A partir da já reconhecida base kuduro, os Buraka Som Sistema divertem-se - e divertem-nos - a viajar até à Londres grime (o tema-título), às várias Áfricas possíveis ("Sound of Kuduro", "Kurum"), à Luanda contaminada por Nova Iorque ("Tiroza"), ao Rio de Janeiro do baile-funk ("Aqui Para Vocês") e, por fim, regressam à Amadora natal para aplicar as várias lições assimiladas ("Kalemba (Wegue Wegue)", "IC19", "General").
Tudo temperado com truques (leia-se: engenho sónico) sacados da cartola em tempo certo, inversões de marcha (leia-se: desvios à norma estilística) inesperadas e canções/faixas autocolantes.
Senhores cépticos, é favor deixar o cinismo à porta. Obrigado.
Até os Buraka Som Sistema se renderam às evidências que (quase) toda a gente lhes apontava quando From Buraka To The World apareceu quase sem aviso há dois anos. Mais do que kuduro progressivo, Lusofonia, PALOP + Portugal ou o que quer que fosse que estivesse na agenda conceptual deles, ao que esse EP soava era a Lisboa, 2006. Chapadinha, sem corantes, conservantes ou arestas cortantes limadas.
Tanto assim era que o que aconteceu foi um vírus que depressa se espalhou para fora da capital, contaminando até os cantos mais recônditos deste Portugal. E daí se disseminou até, pelo menos, Londres.
E agora? Como responder perante um fenómeno que ninguém, e muito menos eles, esperava que rebentasse desta forma? Como provar à sociedade que esta euforia não iria durar o mesmo tempo que leva a pronunciar "Yah!"? De que forma evitar as inevitáveis piadas ("Wawabye") caso tudo isto não passasse de mera ejaculação precoce?
Eis a resposta. Bem podem agora os Buraka Som Sistema chamar ao que fazem de "kuduro de Lisboa". Porque o que sucede em Black Diamond é o concretizar da fantasia quarto-mundista que eles desde cedo procuravam. Excepto que, aqui, quarto-mundismo não tem o mesmo significado etno-modernista que Jon Hassell criou com Brian Eno há 28 anos.
Não, o negócio aqui é a cultura de rua. A partir da já reconhecida base kuduro, os Buraka Som Sistema divertem-se - e divertem-nos - a viajar até à Londres grime (o tema-título), às várias Áfricas possíveis ("Sound of Kuduro", "Kurum"), à Luanda contaminada por Nova Iorque ("Tiroza"), ao Rio de Janeiro do baile-funk ("Aqui Para Vocês") e, por fim, regressam à Amadora natal para aplicar as várias lições assimiladas ("Kalemba (Wegue Wegue)", "IC19", "General").
Tudo temperado com truques (leia-se: engenho sónico) sacados da cartola em tempo certo, inversões de marcha (leia-se: desvios à norma estilística) inesperadas e canções/faixas autocolantes.
Senhores cépticos, é favor deixar o cinismo à porta. Obrigado.
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