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Super Bock Super Rock Lisboa: reportagem do segundo dia

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Mensagem  PapaNJam Sex Jul 11, 2008 5:51 am

Duran Duran em registo best of e Beck em modo automático entregam nas mãos de Mika o prémio de melhor actuação da noite. Super Bock Super Rock Lisboa: reportagem do segundo dia C9f4f210
21h31 - Os Mesa acabaram de abandonar o palco do Super Bock Super Rock. A banda de Mónica Ferraz foi a segunda a subir ao palco e actuou perante um público bastante reduzido. Com o novo álbum Para Todo o Mal ainda bem fresco, o projecto nortenho apresentou temas como "Boca do Mundo (Chama)" (o single de apresentação do novo registo) e "Quando as Palavras", tendo contado com o apoio de Rui Reininho, dos GNR, em "Choque Frontal" e no grande dueto "Luz Vaga".


O público permaneceu praticamente inerte durante o concerto, o que não desanimou Reininho e Mónica Ferraz, que, divertidos, fizeram a festa em palco. Antes dos Mesa, subiram ao palco Lokomotive Station . Já a seguir actuam os Duran Duran, um dos nomes mais aguardados da noite, em formato best of.
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23h15 - Acabaram de abandonar o palco os Duran Duran . A banda de Simon LeBon assinou um concerto competente e foi aplaudida maioritariamente pelo público de uma faixa etária mais elevada, que não se coibiu de trazer a prole consigo.

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O início do concerto fez-se em tom épico. Vislumbra-se uma silhueta e momentos depois LeBon ataca "(Reach Up for the) Sunrise", single do mal amado Astronaut . A voz está tão consistente quanto há 20 anos e esta noite partilha o protagonismo com uma bela voz feminina nos coros. Depois de um breve "Lisboa, tudo bem?", a velha glória dos anos 80 atacou em força um alinhamento composto pelos temas maiores da sua discografia. "Hungry Like the Wolf" em pose bem estudada dá depois lugar a "Planet Earth" (ambas com mais de 25 anos).

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Após duas incursões pelo mais recente Red Carpet Massacre : "Red Carpet Massacre" e "Nite-Runner", os clássicos regressam. Primeiro, LeBon e companhia oferecem o belíssimo "Come Undone", agitando depois novamente os ânimos com "The Reflex" e "Notorious". Já sem o casaco reluzente com que se apresentara no início da actuação, o mestre de cerimónias vai gritando palavras de incentivo a um público que persiste em não aquecer.



Flashes e sons de disparos de máquinas fotográficas fazem adivinhar a canção que se segue. "Girls on Film" ainda paira na memória de maior parte dos presentes e é apresentada com pompa e circunstância. Depois de entoar "Seven Nation Army", dos White Stripes, e de em jeito jam session cantarolar "Papa Was a Rolling Stone", LeBon apresenta a banda. "Ordinary World", com direito a braços no ar, "Wild Boys", o grande momento da noite como seria de esperar (com direito a balões cor-de-laranja entre o público), e "Rio" compõem a sequência final do concerto.

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00h53 - O norte-americano Beck conseguiu a proeza de condensar num concerto de festival alguns dos momentos mais altos da sua já longa carreira. Entrou a matar com dois dos maiores êxitos: "Devil's Haircut" e "Loser" poderão ter pasmado a audiência frente ao palco, mas não foram suficientes para captar outros tantos festivaleiros. A massa humana parece agora menor, ou então está mais condensada (apontaremos para a primeira opção).

"Nausea" reavivou The Information , de 2006, e "Girl" vai mais atrás ainda. O músico apresenta-se em formato automático, com uma postura bem diferente da adoptada noutros concertos a que Portugal já assistiu. "Timebomb" e o saudoso "New Pollution" são apresentados em registo acelerado e grande parte do público (que não será com certeza o público de Beck) mostra-se pouco interessado.

Depois de cantados os parabéns ao teclista, o músico resolve abordar o novo álbum Modern Guilt , precisamente com a faixa que dá nome ao álbum - e que faz abanar a anca. Regressa em formato rock ao anterior The Information , com o apaixonado "Think I'm in Love" e volta a recuar até Guero para um "Black Tambourine" que puxa pelas palmas com percussão e harmónica a condizer.

"Jack-Ass" é mais um grande e intenso momento recuperado a Odelay e o cantor, apesar de pouco expansivo, consegue trazer de volta a excitação do novo álbum com "Gamma Ray" e o belíssimo (grandioso em palco) "Walls". Os ritmos quentes (embora não tão quentes que apaguem alguns arrepios trazidos pelo vento) são abordados com "Tropicalia" (único momento recuperado de Mutations ).

Uma versão de "Everybody's Gotta Learn Sometime" (original dos Korgis gravado por Beck para a banda sonora do filme Despertar da Mente ) mantém o ritmo calmo para "Lost Cause", introspecção pura resgatada a Sea Change e "Chemtrails", do novo álbum. Para voltar a agitar as hostes, alinha uma sequência final agitada: "Mixed Bizness", "Where It's At" e "E-Pro" encerram um concerto corrido, satisfatório para os fãs, mas que não apaga da memória concertos anteriores.


02h28 - A surpresa da noite foi protagonizada pelo libanês (baseado em Londres) Mika . Subitamente o recinto pareceu mais cheio e a animação reinou em cima e fora de palco. Uma pose e voz seguríssimas, um espectáculo aprazível e uma capacidade de comunicação aguçada foram elementos suficientes para conquistar o público.




Com apenas um álbum em carteira, Life in Cartoon Motion , o cantor e mágico dos falsetes surpreendeu até os mais cépticos. O início do concerto ficou marcado por duas das canções mais fortes do seu reduzido repertório: "Relax (Take It Easy)" e "Big Girl (You Are Beautiful)" foram brindadas com um grande coro. E o cantor agradeceu num português quase perfeito: "Olá Lisboa. Como estão esta noite?". Expressivo, Mika parece na realidade um desenho animado (e escanzelado) mas veste na perfeição o papel de entertainer.




Ao piano, e rodeado por uma banda competente, canta "Billy Brown" e logo de seguida ataca outra balada: "Any Other World" (deixa perfeita para acender isqueiros e telemóveis). Volta a agitar com "Ring Ring" e recorre ao famoso falsete para "Stuck in the Middle", canção durante a qual é dado o devido protagonismo à aguerrida baterista.




Os primeiros acordes não enganam: "Just Can't Get Enough", dos Depeche Mode, é a versão escolhida para esta noite. E ninguém parece insatisfeito, acompanhando a festa em palco. De volta aos momentos introspectivos, Mika aproveita o início de "Happy Ending" para apresentar a banda. "Love Today" é recebido com chuva de confettis - o público salta e reina a boa disposição. Já sem t-shirt, o cantor percorre o palco de lés a lés, assinando um duelo percussivo com a baterista em latas gigantes.




Depois de pedir desculpa por ter cancelado a actuação na edição do ano passado do festival Sudoeste (por estar "muito doente"), leva o público ao êxtase com "Grace Kelly" e despede-se com "Lollipop", que tem direito a um verdadeiro exército de personagens em palco: da menina lollipop (uma mistura entre Capuchinho Vermelho e Alice no País das Maravilhas) ao palhaço que momentos antes tinha sido arrastado de palco por um segurança volumoso, passando pelas coristas roliças que o acompanharam durante o espectáculo. Há ainda tempo para regressar ao palco e colocar um ponto final no concerto forte da noite com uma versão mais dançável de "Relax (Take it Easy)". A dança continuará noite dentro com as prestações electro dos Digitalism e do espectáculo enérgico de DJ Tiësto.

PapaNJam

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